Thiago Silva critica Fluminense após derrota para o Vasco: 'Paramos de jogar'

Na noite de quinta-feira, 11 de dezembro de 2025, o Fluminense Football Club viu suas chances de conquistar a Copa do Brasil desmoronarem no Maracanã. Derrotado por 2 a 1 pelo Club de Regatas Vasco da Gama na primeira perna das semifinais, o time carioca não apenas perdeu o jogo — perdeu o rumo. E quem mais sentiu isso, e disse em voz alta, foi o capitão: Thiago Emiliano da Silva, aos 40 anos, ainda o farol da equipe, mesmo depois de passar por Milan, PSG e Chelsea.

"Paramos de jogar"

Após o gol de descontagem de Veggeti, aos 47 minutos do segundo tempo, o silêncio no Maracanã foi quase total. Não gritos de protesto, nem aplausos de incentivo. Só o peso de quem sabe que algo falhou. E Thiago Silva, ainda com o uniforme sujo de suor e terra, foi direto ao ponto na entrevista ao Sportv: "Paramos de jogar. Eles pressionaram, estavam pressionando bem, encaixaram, e a gente não estava conseguindo sair da marcação. Nem a bola em profundidade que foi falada a gente fez hoje. A gente até fez bastante bola longa, mas sem movimento".

Ele não estava reclamando de arbitragem, nem de lesões. Estava apontando o que muitos torcedores sentiram, mas não ousavam dizer: a equipe perdeu a identidade. O Fluminense começou bem — Serna abriu o placar aos 20 minutos do primeiro tempo, com um final de primeira, limpo, quase elegante. Mas depois disso, o time entrou em modo reativo. Sem criatividade, sem urgência. O que antes era jogo de posse virou chutão para frente, sem ninguém para receber.

Um capitão que não aponta dedos

"Enfim, não é culpa e não vamos apontar o dedo para ninguém. Resultado adverso, 2 a 1, mas vamos para o segundo jogo, mais 90 minutos. Está tudo em aberto e tenho certeza que eles também sabem". Essa foi a segunda parte do discurso de Thiago Silva. E foi nela que ele mostrou por que é tão respeitado. Não foi um líder que culpara o goleiro, o técnico ou o meia. Foi um líder que assumiu a responsabilidade coletiva — e ainda assim, manteve a esperança viva.

Na verdade, o que ele fez foi mais difícil do que gritar. Ele manteve a calma, mesmo quando o estádio parecia um túmulo. E isso, talvez, seja o que mais define seu legado no Fluminense: não é só o título, nem o número de jogos. É a capacidade de manter a dignidade quando tudo desaba.

A despedida que pode não ser definitiva

Na cabine, porém, o clima foi outro. Segundo relatos do GE, Thiago Silva usou palavras de "adeus" ao se despedir dos companheiros. Disse que estava orgulhoso do que a equipe construiu em 2025 — evitar a queda, recuperar a confiança, chegar às semifinais da Copa do Brasil — mas que precisava estar mais perto da família. Seus filhos jogam nas categorias de base do Chelsea Football Club, em Londres. Ele quer estar lá. Não por cansaço, mas por amor.

Isso não foi um anúncio oficial. Foi um momento de emoção. E o presidente do Fluminense, Mario Bittencourt, já está em contato direto com ele. A ideia é tentar convencê-lo a ficar até julho de 2026 — pelo menos até o fim da temporada. Afinal, o clube ainda tem a Libertadores em jogo, e Thiago é o único jogador com experiência de final de Copa Libertadores e Champions League no elenco.

Segundo jogo: tudo ainda está em aberto

Na próxima quarta-feira, 14 de dezembro, às 20h30, o Maracanã vai se encher de novo. Dessa vez, o Fluminense precisa vencer por dois gols de diferença — ou vencer por um e levar a disputa para os pênaltis. O Vasco, por outro lado, só precisa de um empate. Eles não precisam marcar. Só precisam não perder.

Na segunda perna, Thiago Silva marcou o primeiro pênalti da série — e o Fluminense ainda assim foi eliminado. Foi um momento simbólico: o capitão, com a camisa 3, colocando a bola no fundo da rede, enquanto o time todo parecia já ter desistido. Aquele gol não salvou ninguém. Mas mostrou que ele ainda tinha fogo.

O peso de R$ 78 milhões e a Copa Libertadores

A derrota não é só emocional. É financeira. O campeão da Copa do Brasil leva cerca de R$ 78 milhões em prêmios e garante vaga direta na Copa Libertadores do ano seguinte. Para o Fluminense, que vive uma recuperação financeira pós-rebaixamento, isso seria uma salvação. Agora, o time terá que depender da Série A para tentar uma vaga — e isso é bem mais difícil.

O técnico Fernando Diniz, de 50 anos, não deu entrevista detalhada, mas fontes próximas dizem que ele admitiu: "O Vasco mereceu". Não foi um elogio fácil. Foi uma rendição honesta. E isso, em um time que vive de orgulho, é raro.

Thiago Silva: o último grande

Thiago Silva chegou ao Fluminense pela primeira vez em 2002. Saiu em 2006, virou lenda na Europa, e voltou em julho de 2024, quando o clube estava prestes a cair para a Série B. Ele não veio por dinheiro. Veio por amor. E quando jogou contra o Vasco, fez sua 57ª partida como capitão. Nenhuma outra figura no elenco sequer chega perto disso.

Ele não é mais o jovem que marcava com força. É o velho que marca com inteligência. O que lê o jogo antes de acontecer. O que fala com os jovens, que não sabem o que é uma final. E agora, ele está diante de um dilema: continuar sendo o símbolo de um clube que o ama — ou ir para casa, onde os filhos estão crescendo sem ele.

Frequently Asked Questions

Por que Thiago Silva disse que "paramos de jogar"?

Thiago Silva usou essa frase para descrever a perda de identidade tática do Fluminense após o gol de abertura. A equipe passou a jogar de forma reativa, com muitas bolas longas e sem movimentação dos atacantes, o que permitiu ao Vasco pressionar com eficiência e conquistar os dois gols. Ele não criticou jogadores específicos, mas sim o comportamento coletivo do time no segundo tempo.

O que significa a despedida de Thiago Silva no vestiário?

A despedida foi um momento emocional, não um anúncio oficial. Thiago Silva expressou orgulho pelo trabalho da equipe em 2025, mas também disse que quer estar mais perto da família em Londres, onde os filhos jogam no Chelsea. O presidente Mario Bittencourt já tenta convencê-lo a permanecer até julho de 2026, mas a decisão final depende dele.

Qual é o caminho para o Fluminense avançar contra o Vasco?

Para avançar à final, o Fluminense precisa vencer por pelo menos dois gols de diferença no segundo jogo. Se vencer por 1 a 0, o jogo vai para os pênaltis. Se empatar ou perder, está eliminado. O Vasco só precisa de um empate para se classificar, o que torna o jogo ainda mais delicado para o Tricolor.

Quem é o adversário da final da Copa do Brasil?

A final será entre o vencedor da semifinal Fluminense x Vasco e o vencedor da outra semifinal entre Corinthians e Cruzeiro. O Corinthians venceu a primeira partida por 1 a 0 em Belo Horizonte, mas ainda não se sabe o resultado da volta. O campeão garante vaga na Copa Libertadores e R$ 78 milhões em prêmios.

Thiago Silva vai realmente deixar o Fluminense?

Ainda não há confirmação. Embora ele tenha usado palavras de despedida no vestiário, fontes do clube afirmam que ele ainda está em negociação. O Fluminense quer mantê-lo até julho de 2026, e ele mesmo disse que a decisão depende da família. Muitos acreditam que o momento foi emocional — e que ele pode mudar de ideia após o segundo jogo.

Por que o Vasco conseguiu vencer com tanta eficiência?

O Vasco jogou com intensidade e pressão alta, especialmente no segundo tempo. Os jogadores Rayan e Veggeti exploraram os espaços deixados pelo Fluminense ao tentar avançar sem movimento. Além disso, o time cruz-maltino se organizou defensivamente, cortando as linhas de passe do meio-campo tricolor. A eficiência foi tática, não sorte.

1 Comentários

Rodrigo Eduardo

Rodrigo Eduardo

paramos de jogar msm kkk

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