O Náutico voltou à Série B do Campeonato Brasileiro em 2026 com um gol de pênalti, uma anulação polêmica e uma torcida que não respirou por 90 minutos. Na tarde de sábado, 11 de outubro de 2025, o Estádio dos Aflitos, em Recife, explodiu em celebração quando Paulo Sérgio, o atacante que virou lenda em dois anos de clube, converteu o lance decisivo contra o Brusque Futebol Clube. O placar final de 2 a 1 não foi apenas um resultado — foi um resgate histórico para uma torcida que viveu o drama de quase perder tudo até o último segundo.
Um gol que salvou um clube
O primeiro gol do Náutico saiu de um erro triplo da defesa do Brusque. Hélio Borges recebeu um chute espalmado pelo goleiro adversário, e em vez de tentar recuperar a bola, os três zagueiros se atrapalharam. Borges avançou como um raio, passou por todos e empurrou para o fundo da rede aos 52 minutos. O estádio já vibrava — mas o que vinha depois foi ainda mais intenso. O árbitro Zanovelli marcou pênalti contra o Náutico após uma entrada de Samuel em Diego Mathias. A torcida gelou. Um empate daria o acesso ao Brusque. Mas o VAR entrou em cena. A SportyNet confirmou: "O impedimento tava marcado. O árbitro deu pênalti o Zanovelli, mas tinha impedimento antes." A anulação foi um suspiro coletivo. Aquele pênalti, se marcado, poderia ter mudado a história do clube.Paulo Sérgio: o herói que ninguém mais duvidou
No final do jogo, aos 89 minutos, o Náutico foi castigado com uma falta na área. Paulo Sérgio, que já havia marcado 23 gols desde que chegou em 2024, se colocou na marca do pênalti. Calmo. Sem gestos. Bateu com precisão. O goleiro se lançou para o lado errado. O gol foi o 24º dele no clube. "Quem falou demais, vai colocar a língua pra dentro", disse ele ao microfone, olhando direto para a câmera. A frase foi um recado claro: as críticas que o acusavam de ser "só de finalização" e de não ter liderança? Agora, ele as enterrou com um gol que garantiu o acesso.A combinação que selou o destino
O acesso não veio só pelo resultado direto. Naquele mesmo horário, outros jogos da última rodada do quadrangular final da Série C decidiam o destino de outros clubes. O Brusque precisava apenas de um empate — mas a vitória do Náutico, somada à derrota do São Bernardo e ao empate entre Vila Nova e Ferroviária, fez com que o Timbu superasse todos na tabela. A Federação Pernambucana de Futebol (FPF-PE) chamou o dia de "noite épica" — mesmo que o jogo tenha sido à tarde. A torcida, que lotou os Aflitos com mais de 32 mil pessoas, segurava cartazes com a frase "Xô, urucubaca". É um ritual popular no Nordeste: afastar a má sorte com gestos simbólicos. Naquele dia, não precisaram de magia. Precisaram apenas de coragem.
Do drama ao milagre: os momentos que quase mataram o sonho
A partida foi um filme de suspense. No 32º minuto, o Brusque empatou com um gol contra de João Maistro, e por alguns segundos, o Náutico ficou tecnicamente eliminado. A torcida chorou. Os jogadores olharam para o banco, sem acreditar. O canal ge.globo documentou 11 desses momentos críticos — cada um parecia o último. Mas o técnico do Náutico, em um gesto que pareceu loucura, trocou dois volantes por dois atacantes no segundo tempo. "O Náutico abriu mão da posse, mas não da luta", disse o analista Celso Ishigami no NE45. "Eles não jogaram bem, mas jogaram com alma."Por que isso importa além do campo
O retorno à Série B não é só uma questão de orgulho. É dinheiro. Em 2026, o Náutico terá direitos de transmissão estimados em R$ 18 milhões — mais que o dobro do que recebeu na Série C. Patrocínios podem dobrar. O clube, que viveu anos de crise financeira, agora tem fôlego para renovar contratos, investir em infraestrutura e atrair jovens talentos. A exposição na TV nacional, que foi mínima na terceira divisão, agora será constante. O acesso é um trampolim para o retorno à Série A — algo que o clube não vive desde 2015.
O que vem agora?
O Náutico já começa a planejar a temporada de 2026. Negociações com dois jogadores da Série A estão em andamento, e o departamento de marketing já prepara camisetas comemorativas. A diretoria promete um "Projeto 2026" com foco em base e profissionalização. O estádio dos Aflitos, que passará por reformas até abril de 2026, será o novo símbolo desse renascimento. E Paulo Sérgio? Ele não vai embora. "Aqui é meu lar", disse ele, abraçado à torcida. "E esse não é o fim. É só o começo."Frequently Asked Questions
Como o Náutico conseguiu acesso mesmo com um empate no jogo?
O acesso não dependeu apenas do resultado contra o Brusque. A classificação foi definida pela combinação de resultados dos quatro times do quadrangular final. Com a vitória do Náutico (2 a 1), somada à derrota do São Bernardo e ao empate entre Vila Nova e Ferroviária, o Timbu superou os adversários na tabela de critérios de desempate, garantindo o primeiro lugar e o acesso direto à Série B de 2026.
Por que o pênalti do Brusque foi anulado?
O árbitro Zanovelli marcou o pênalti aos 52 minutos, mas o VAR detectou que o jogador do Brusque que recebeu a bola estava em posição de impedimento antes da jogada. A regra exige que o impedimento seja anulado mesmo que a falta ocorra depois. A SportyNet confirmou a análise visual: "O impedimento tava marcado." Sem esse lance, o Brusque teria empatado e assumido o acesso.
Quantos gols Paulo Sérgio fez pelo Náutico e por que ele é tão importante?
Paulo Sérgio marcou 24 gols em apenas dois anos pelo Náutico, sendo 17 deles na Série C. Ele é o artilheiro do clube desde 2024 e o único jogador a decidir três jogos decisivos em campanhas de acesso. Sua eficiência nos momentos críticos o transformou em símbolo da recuperação do time, além de ser peça-chave na atração de patrocinadores e torcedores.
O que o acesso à Série B significa financeiramente para o Náutico?
O acesso garante ao Náutico cerca de R$ 18 milhões em direitos de transmissão, além de aumento de 40% a 60% na captação de patrocínios e bilheteria. Comparado à Série C, onde o clube recebia menos de R$ 5 milhões por ano, o retorno à segunda divisão representa um salto financeiro que pode financiar a reforma do estádio, a contratação de 10 novos jogadores e a expansão da base.
A torcida realmente usou "urucubaca" como ritual?
Sim. "Urucubaca" é um termo da cultura popular nordestina que se refere a um espírito maléfico ou má sorte. Torcedores do Náutico carregavam cartazes com "Xô, urucubaca" como forma de afastar a desgraça durante os momentos mais tensos da campanha. A prática é comum em clubes do Nordeste em situações de pressão, e foi fotografada pela AGIF e publicada pelo ge.globo, virando símbolo da resistência da torcida.
O Náutico já esteve na Série B antes?
Sim. O clube foi campeão da Série B em 2008 e esteve na Série A até 2015, quando foi rebaixado. Desde então, passou por sete temporadas na terceira divisão, com momentos de crise financeira e até risco de extinção. O acesso de 2026 é o primeiro retorno à segunda divisão em 11 anos — e o mais importante, porque aconteceu sem dívidas e com um projeto sólido.
15 Comentários
Aron Avila
Essa vitória foi pura loucura. Tudo parecia perdido e de repente, gol. Sem comemoração exagerada, sem drama. Só o que importa: acesso garantido.
Se o pênalti tivesse sido marcado, ninguém ia esquecer isso nunca.
Deu arrepios.
Eu tive que parar de respirar.
De verdade.
Deu até medo.
Meu coração não aguentava mais.
Parabéns, Náutico.
Esse time tem alma.
Eu tô aqui desde 2015 e nunca vi nada assim.
Esse é o clube que eu amo.
Se alguém disser que não valeu a pena, tá mentindo.
Eu vi.
Eu senti.
Eu chorei.
Esse é o futebol.
Real.
Bruto.
Verdadeiro.
Elaine Gordon
O acesso do Náutico à Série B é um marco administrativo e esportivo significativo. A gestão do clube demonstrou consistência ao manter o projeto de base e a profissionalização mesmo em períodos de crise. O aumento nos direitos de transmissão, estimado em R$ 18 milhões, representa um salto estrutural que pode viabilizar investimentos em infraestrutura, contratações estratégicas e desenvolvimento de jovens atletas. A análise de desempenho comparativo entre as temporadas da Série C e da Série B evidencia um retorno financeiro de 360% em receitas operacionais, o que reforça a importância da classificação não apenas como um feito esportivo, mas como um ativo econômico para a região.
Andrea Silva
Esse time é Pernambuco. É o Aflitos cheio de gente, é o cartaz "Xô, urucubaca" escrito à mão, é o pai que leva o filho pra ver o jogo mesmo sem dinheiro pra comer direito.
Esse gol do Paulo Sérgio não foi só um lance, foi um abraço na torcida que nunca desistiu.
Eu sou de Recife, cresci ouvindo histórias do Náutico dos anos 80, e hoje vi o sonho voltar.
Sei que tem gente que fala que é só futebol, mas pra quem vive isso, é vida.
Parabéns, Timbu. Vocês mostraram que o Nordeste não pede esmola, ele constrói.
Esse é o nosso time.
Não esquece disso.
Gabriela Oliveira
Isso tudo foi planejado. O pênalti anulado? Foi manipulação. O VAR que "descobriu" o impedimento? Foi escolhido pela CBF pra salvar o Náutico. O Brusque estava melhor, dominou o jogo, fez mais chutes, mas o sistema queria um clube grande voltando. Eles precisam de audiência, de marketing, de São Paulo falando de futebol. O Náutico é um símbolo. Um símbolo que serve pra vender pacotes de transmissão. O Paulo Sérgio? Ele foi comprado por um grupo de investidores que já tinha ações no clube. Tudo isso é uma fachada. A torcida acha que venceu, mas na verdade, foi usada. O acesso é um espetáculo. O clube vai continuar endividado, só que agora com mais câmeras. Eles vão vender camisetas, mas não vão pagar os funcionários. O que aconteceu hoje foi um show. E vocês, todos vocês, são o público. Não se enganem.
Isso não é renascimento. É ilusão controlada.
ivete ribeiro
Paulo Sérgio? Ele não é um jogador. É uma máquina de gols com alma de poeta. 24 gols em dois anos? Isso é arte pura. O pênalti? Foi um momento cinematográfico. O estádio? Um templo. A torcida? Uma corrente de energia que desafiou a física. E o "Xô, urucubaca"? Manjado? Talvez. Mas quando você tá no Aflitos, com 32 mil vozes gritando como se o mundo fosse acabar, e a bola rola pra dentro... é mágica. É futebol. É bruxaria com chuteira. E se alguém não entende isso, então tá no lugar errado. Esse é o verdadeiro futebol brasileiro. Não o que a Globo vende. O que a gente vive. O que a gente sente. O que a gente é.
Vanessa Aryitey
Essa vitória é um espelho da sociedade brasileira. Um povo que vive na sombra da injustiça, que sofre com arbitragens duvidosas, que é enganado por sistemas que favorecem os mesmos. Mas quando a alma do time se levanta, quando o indivíduo decide não desistir, mesmo quando tudo conspira contra, aí sim acontece a revolução. O Náutico não foi beneficiado. Ele se ergueu. E isso é mais que acesso à Série B. É uma declaração: nós não somos descartáveis. Nós não somos esquecidos. Nós somos o que persiste. O pênalti foi anulado? Sim. Mas o que foi realmente anulado foi a ideia de que o pequeno não pode vencer. E isso, isso é o que importa. Não o placar. A história.
Talita Gabriela Picone
Eu não tinha coragem de assistir. Fiquei no quarto, com os fones no ouvido, só ouvindo os gritos da rua. Quando o gol saiu, eu corri pra janela e gritei com todo mundo que passava. Meu vizinho me abraçou. Nem conhecemos o nome um do outro. Mas naquele momento, éramos um só. Isso aqui não é só futebol. É conexão. É esperança. É a gente se lembrando que ainda dá pra acreditar. O Paulo Sérgio? Ele é o nosso herói, mas o verdadeiro herói é a torcida. A que não desistiu. A que continuou acreditando mesmo quando ninguém mais acreditava. O Náutico voltou. E com ele, voltou a gente. Obrigada por isso.
Evandro Argenton
Galera, eu fui no jogo. Tava lá. O estádio tava apertado, tipo sardinha em lata. Mas o clima? Incrível. O grito quando o gol saiu? Nem consigo explicar. Fiquei com a voz perdida por dois dias. O Paulo Sérgio é o cara. Ele nem sorriu depois do gol. Só apontou pro céu. E o cara do cartaz "Xô, urucubaca"? Era meu tio. Morreu em 2020. Ele sempre dizia que o Náutico ia voltar. Eu juro que senti ele ali, junto com a gente. Não é só futebol. É família. E se alguém tá dizendo que isso não vale nada, então tá vivendo errado.
Adylson Monteiro
Essa vitória? Foi um golpe. Um golpe de sorte, de manipulação, de favoritismo. O Brusque merecia o acesso. O Náutico não jogou bem. O árbitro? Um desastre. O VAR? Um instrumento de controle. E o Paulo Sérgio? Um jogador de finalização, nada mais. Ele não lidera, não marca em jogos importantes, só quando a pressão é mínima. E agora? Agora todo mundo vai falar que ele é herói? Não. Ele é um atacante que teve sorte. O clube está endividado, o estádio tá caindo, e vocês acreditam que isso é renascimento? É ilusão. É um espetáculo montado pra vender camiseta. O Náutico não voltou. Ele foi vendido. E vocês? Vocês são os compradores. Pagaram com emoção. Com lágrimas. Com fé. E agora? O que vai acontecer em 2026? O mesmo de sempre. Dívidas. Crise. E mais uma vez, a torcida vai pagar a conta.
Carlos Heinecke
Essa é a magia, meu povo. Essa é a razão pela qual a gente ama esse esporte. Porque o futebol não é só regras. É emoção. É drama. É um pênalti que pode mudar tudo. E quando o cara que todo mundo criticava, que todo mundo achava que era só bom em finalizar, bate o pênalti e põe o clube de volta no mapa? Isso é cinema. Isso é vida. Isso é o Náutico. E se você não sentiu isso? Você nunca sentiu nada. O Brusque jogou bem? Talvez. Mas o Náutico teve alma. E alma não se mede em passes ou chutes. Se mede em coragem. Em luta. Em não desistir. Eles não só voltaram à Série B. Eles voltaram pra memória. Pra história. Pra coração da gente. Parabéns, Timbu. Vocês são o que o futebol deveria ser.
Aline de Andrade
Na análise de performance de clubes da Série C, o Náutico apresentou um índice de eficiência ofensiva de 0,83 gols por jogo, o maior entre os finalistas. A conversão de pênaltis foi de 100% nos últimos 5 jogos decisivos, com Paulo Sérgio respondendo por 80% desses gols. O retorno financeiro esperado é de R$ 18M, com um ROI estimado de 420% em 18 meses. A estrutura de marketing já demonstrou aumento de 67% no engajamento nas redes sociais pós-jogo. O projeto de base, alinhado ao modelo de desenvolvimento da CBF, está em fase de certificação. O acesso é um indicador de sustentabilidade operacional, não apenas esportiva. O Timbu não apenas voltou - ele se reinventou.
Amanda Sousa
Essa vitória me fez pensar em tudo que a gente passa. A gente vive em um país onde tudo parece difícil. Mas quando o time que a gente ama faz o impossível, a gente lembra que também pode. Não é só futebol. É isso que nos mantém de pé. O Paulo Sérgio? Ele é um exemplo. Calmo, sem falar muito, mas com a alma no pé. A torcida? Ela é o coração. O cartaz "Xô, urucubaca"? É o nosso jeito de dizer: não vamos deixar a dor nos vencer. Eu acho que isso é o mais importante. O acesso é só o começo. O que realmente importa é que a gente ainda acredita. E isso, isso ninguém pode tirar.
Fabiano Oliveira
A anulação do pênalti foi tecnicamente correta, conforme o artigo 11 do IFAB, que determina que a infração anterior (impedimento) anula qualquer penalidade subsequente, independentemente da sequência de eventos. A intervenção do VAR foi plenamente justificável, pois a posição do atacante do Brusque estava claramente além da linha de defesa adversária no momento do passe. O gol de Paulo Sérgio foi o 24º em 28 jogos oficiais, com eficiência de 85,7% em chutes direcionados ao gol. A média de público no Estádio dos Aflitos superou 32.000 espectadores, o que representa um aumento de 180% em relação à média da Série C em 2024. O retorno financeiro estimado está alinhado às projeções da CBF para clubes da Série B, com previsão de crescimento sustentável.
Bruno Goncalves moreira
Eu só queria dizer que fiquei emocionado. Não falei nada pro ninguém. Só sentei e chorei um pouco. Tinha um cartaz no estádio que dizia "Nunca desistimos". Eu tinha esse mesmo cartaz na parede do meu quarto quando era criança. Hoje, eu vi ele de novo. E ele não era só papel. Era real. O Náutico voltou. E eu também. Obrigado por isso.
Carla P. Cyprian
Considerando os parâmetros estatísticos e os critérios de desempate da Série C, a classificação do Náutico foi plenamente válida, conforme regulamento da CBF, artigo 24, §3º. A combinação de resultados entre os quatro times finalistas foi rigorosamente analisada pela comissão técnica da federação, e o Timbu apresentou o melhor saldo de gols entre os empateados, além de maior número de vitórias. O fato de o Brusque ter empatado em seu jogo não altera a ordem da classificação, uma vez que o Náutico conquistou a vitória direta. A análise de desempenho comparativo entre as equipes confirma a legitimidade do acesso. O evento, embora emocionalmente carregado, foi tecnicamente impecável.