Fluxus avalia compra de ativos onshore da Brava Energia por US$ 2 bilhões

Fluxus e a busca por ativos estratégicos no Brasil

Wesley e Joesley Batista, controladores do conglomerado J&F, estão impulsionando a Fluxus rumo a um posicionamento de destaque no setor energético latino‑americano. A empresa, criada em 2023 e ainda em fase de transição para operar o campo Centenario, na província argentina de Neuquén, recebeu um sinal verde para apresentar uma proposta vinculante pelos ativos onshore da Brava Energia, que tem preço de venda estimado em US$ 2 bilhões.

A Brava, que cuida de uma carteira de campos terrestres concentrados principalmente no norte de São Paulo e em Minas Gerais, tornou‑se alvo de interesse não só da Fluxus, mas também da argentina Pluspetrol, que busca reforçar sua presença fora da Bolívia. A concorrência entre as duas companhias coloca o Brasil como palco de uma disputa que pode redefinir o mapa de produção de petróleo e gás no país.

Estratégia de expansão e panorama de aquisições recentes

O plano de crescimento da Fluxus vai além da Brava. Em 2023, o Grupo J&F entrou no segmento de energia ao adquirir a própria Fluxus, que já havia fechado a compra da Pluspetrol Bolívia. Essa subsidiária boliviana opera cerca de 412 mil barris equivalentes de petróleo por dia, distribuídos em três campos do cinturão Tarija‑Chaco. A integração desses ativos cria sinergias que podem alimentar projetos de exploração em áreas mais promissoras, como a formação Vaca Muerta, na Argentina.

Além da energia, os Batistas mantêm um império diversificado: a JBS lidera o setor de alimentos; a Eldorado Brasil atua em celulose e papel; a Âmbar fornece energia; a J&F Mineração cuida de projetos minerais; o Picpay oferece serviços financeiros; a Flora produz higiene e cosméticos; e o Canal Rural abastece o mercado de comunicação rural. Essa base de recursos financeiros e expertise operacional permite que a família invista estrategicamente em setores de alto potencial de retorno.

Em 2022, a família Batista fez manchete ao fechar a compra de ativos da Vale, envolvendo minas de manganês, ferro e uma rede logística avaliada em US$ 1,2 bilhão. Essa movimentação sinalizou a intenção de apostar em recursos naturais de forma integrada, impulsionando a criação de uma cadeia de produção que vai da extração ao consumo final.

Rumores recentes também sugerem interesse da Fluxus por outros segmentos, como a aquisição da cervejaria Petrópolis, indicando que os irmãos podem estar avaliando diversificação ainda mais ampla dentro da economia brasileira.

Se a proposta à Brava Energia for aceita, a Fluxus passará a controlar uma parte significativa da produção onshore nacional, fortalecendo sua posição para futuros leilões governamentais e para parcerias em projetos de exploração avançada.