Catolicismo segue forte em Alagoas, mas perde fôlego
Olhando para os dados do Censo 2022, a fotografia da religiosidade em Alagoas mudou bastante desde 2010. O catolicismo ainda carrega o maior peso: 64,2% dos alagoanos a partir dos 10 anos se declaram católicos, o que corresponde a cerca de 1,7 milhão de pessoas. Só que esse número já foi bem maior: doze anos atrás, eram 72,6%. Ou seja, quase um terço da população deixou de se identificar como católica em pouco mais de uma década.
Esse recuo do catolicismo não surpreende quem acompanha a realidade do estado e do Nordeste. O movimento é visto nas ruas, nos bairros e até nas pequenas cidades do interior, onde antes só se via igreja católica. Agora, placas de templos evangélicos ocupam as esquinas e praças que antes eram exclusivas para festas de padroeiro.
Crescimento evangélico e novas crenças ganham força
O grupo evangélico em Alagoas mostra a maior expansão: passou de 15,7% em 2010 para 22,9% em 2022. Praticamente dobrou em números absolutos, chegando a cerca de 400 mil adeptos. Quem anda por Maceió, Arapiraca ou qualquer município do estado já percebeu o aumento dos trabalhos religiosos, cultos, e eventos evangélicos, normalmente marcados por músicas, testemunhos e uma busca por comunidade próxima.
Enquanto isso, outros segmentos minoritários também ganharam espaço, como os praticantes de Umbanda, Candomblé e religiões indígenas. Juntos, eles representam 0,11% da população, grupo pequeno, mas que mostra sinais de resistência e até de crescimento, apesar das dificuldades históricas.
Não se pode ignorar ainda o crescimento do grupo que afirma não ter religião, algo que dialoga com tendências globais de secularização. Em Alagoas, já são quase 10% dos moradores (247,8 mil pessoas) vivendo sem qualquer vinculação religiosa — seja por convicção, decepção ou porque não se sentem representados pelas tradições disponíveis. Dentro desse grupo, estão ateus, agnósticos, e pessoas que preferem não rotular sua espiritualidade.
Esses números deixam claro que a paisagem religiosa em Alagoas está cada vez mais plural. Atrás das estatísticas estão histórias de migração entre crenças diferentes, novas formas de viver a fé e debates intensos sobre identidade e pertencimento. E, mesmo com o catolicismo ainda liderando, o avanço evangélico mostra que, no cenário alagoano, ter fé virou um campo em disputa aberta, com transformações visíveis nas famílias, escolas e até na política local.
20 Comentários
Ruy Queiroz
Essa mudança é inevitável, mano. As pessoas estão cansadas de rituais vazios e querem comunidade de verdade. Os evangélicos dão isso. Não é só fé, é pertencimento. E isso vale ouro hoje em dia. 😅
Isadora Reis
É curioso como a espiritualidade se reinventa... a igreja católica foi o alicerce da identidade alagoana por séculos, mas agora, com a fragmentação social e a busca por significado imediato, os templos evangélicos funcionam como centros de acolhimento emocional... e isso é mais poderoso do que qualquer missa... 🌱
Ana Paula Santana
Claro que os evangélicos estão crescendo... e aí vem o governo, a mídia, a ONU... tudo conspirando pra destruir a tradição católica. Eles não querem que a gente se lembre da Virgem, só de pregações com microfone e banda de rock. 🤡
Claudio Fernando Pinto
Os dados apresentados são estatisticamente válidos, porém carecem de análise contextual. A secularização não é um fenômeno exclusivo de Alagoas, mas sim um reflexo da urbanização acelerada e da erosão das estruturas comunitárias tradicionais.
Carlos Alberto Geronimo dos Santos
Acho que ninguém tá perdendo fé, só trocando de casa. O catolicismo tá mais ligado a tradição, o evangélico tá ligado a vida real. Ninguém tá errado, só tá mudando.
Wanderson da Silva de Oliveira Lemos
Se vocês acham que isso é só religião, tá errado. É economia. Os evangélicos vendem esperança e têm estrutura de marketing. Eles sabem onde mora a dor. E aí, quem não vai?
Marcelo Marochi
Interessante ver como a pluralidade religiosa reflete a diversidade social. O declínio do catolicismo não é um fracasso, mas uma evolução da expressão espiritual.
Mariane Cawile
E aí, alguém lembra das festas de São Pedro em Junho? Agora é culto às 19h e o churrasco é no pátio da igreja. Nada contra, mas... dói um pouco ver o que a gente cresceu com desaparecendo. ❤️
Marcos Tadeu Novais Hortêncio
Catolicismo? Mais um relicário de burocracia espiritual. Evangélicos? Sistema de suporte com ROI emocional. Umbanda? Resistência cultural. Ateus? Só estão mais honestos. O sistema tá falindo, e as pessoas estão migrando pra onde o suporte tá funcionando.
Micha Dalcol
Tô vendo isso na minha família. Meu tio deixou a igreja, foi pra uma neopentecostal, e agora tá mais feliz. Não é só fé, é cuidado.
Cíntia SP
Eles estão usando os dados do IBGE pra manipular a opinião pública... e depois vem a TV Globo falar que é 'progresso'. Tá tudo planejado. A igreja católica é a única que não vende bilhete pra 'cura divina'. 🚨
Andréia Leite
O declínio do catolicismo é consequência direta da perda de autoridade moral da hierarquia eclesiástica e da incapacidade de responder às demandas existenciais contemporâneas
Felipe Carvalho
O cara que trocou a missa pelo culto não é traidor. É alguém que finalmente sentiu que alguém olhou nos olhos dele e disse: 'você importa'. E isso? Isso não tem preço. 🙏
Cinthia Ferreira
Alagoas sempre foi um estado profundamente católico, e agora está sendo invadido por uma onda de neopentecostalismo que não respeita nem a cultura local. É colonialismo espiritual disfarçado de evangelização.
Dayse Costa
A igreja católica é o que sobrou da escravidão... e agora os evangélicos são o novo dono da casa. 😒 mas aí tem os que vão pra umbanda... e aí? Eles são os verdadeiros donos da alma do povo 🌿🔮
Guilherme Pupe da Rocha
Acho que o povo tá cansado de ser cobrado por pecados que ninguém mais leva a sério. Prefere uma igreja que fala de cura e prosperidade. É mais fácil que se arrepender de tudo.
juliano faria
E se a gente parar de ver isso como 'perda' e começar a ver como 'transformação'? A fé tá viva, só tá em outro lugar. E isso tá tudo bem. 🤗
Elton Avundano
A pluralidade religiosa é um reflexo da maturidade social. A igreja católica não perdeu força, ela se deslocou. O novo não anula o antigo, ele complementa. A religião é um espelho da sociedade - e a sociedade tá mais diversa.
Ana Cristina Souza
Claro que evangélico cresce. Toda religião que promete milagre rápido vende. E o povo tá faminto. Mas isso é espiritualidade de fast food.
Felipe Ferreira
Essa mudança tá ligada à crise de pertencimento. As pessoas não estão deixando Deus. Elas estão deixando instituições que falharam em acolher. O evangélico oferece escuta. O católico oferece ritual. E hoje, escuta vende mais.